quinta-feira, 12 de março de 2009

Ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento: “Serei candidato do presidente Lula em 2010” (Helio Fernandes)

Praticamente chegando ao fim de março de 2009, vamos nos aproximando da distância de 1 ano, do 31 de março de 2010. Quando então o destino da sucessão presidencial, e de muitos personagens, estará se decidindo ou praticamente decidido.

31 de março agora é apenas a referência para uma luta que começa. 31 de março de 2010, a obrigação da desincompatibilização. Essa saída de possíveis candidatos assusta muita gente. Nos 360 dias que vão de agora até março de 2010, conversas até inimagináveis, mas lógico, nenhuma conclusão.

Muita coisa irá acontecendo, nos bastidores. Publicamente, pouca conclusão. Embora os nomes e candidatos estejam todos aí, não surgirá mais ninguém. O que terá que ser definido dentro do surrealismo brasileiro e do amaldiçoado PRESIDENCIALISMO-PLURIPARTIDÁRIO? É a aliança ou as alianças, escabrosas e assombrosas.

Na eleição para presidente do Senado, um ensaio sobre o que poderá vir a se concretizar na sucessão presidencial. O candidato do PMDB, José Sarney, teve apoio do DEM e a oposição do PSDB, dois partidos tradicionalmente aliados. Para onde foi o PSDB? Cem a fuga ou ausência de apenas 3 membros da sua bancada, votou em Tião Viana, do PT-PT.

O Planalto-Alvorada apoiou Sarney, que só por causa e por conta disso se lançou candidato. Antes queria “unanimidade”, com esse apoio se contentou com o “consenso” que funcionou como o ex-presidente da República pretendia.

O esquema funcionou também na eleição de Collor para a presidência da Comissão de Infraestrutura, importantíssima. Nova derrota para o PT-PT, Mercadante, que não era candidato, acumulou outra derrota. Nenhuma vitória em 6 anos de um mandato conquistado com um caminhão de votos. E a reeleição? Virá?

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) investiga os que estão em campanha eleitoral antecipadamente. Analisa erradamente as posições de Lula, Serra, Aécio, Dona Dilma, que pelos cargos que ocupam, parados ou se movimentando, estão em campanha. Não dão uma palavra sobre candidatos, tudo tem que ser explicado ou interpretado.

Mas vou colaborar com o TSE, dando material para que possa agir sem discriminação. É a entrevista de página inteira do jornal “A Critica” de Manaus, com o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento. Implícita e explicitamente se apresenta em campanha.

De página inteira, com foto e tudo, o ministro diz o que coloquei como título destas notas: “Serei o candidato do presidente Lula em 2010”. Pelo destaque e a falta de explicação, parece candidato a presidente. Mas a seguir, ele mesmo informa: “Tenho conversado bastante com o presidente Lula sobre a candidatura ao governo do Amazonas”.

Apresenta até projeto, faz planos, assume compromissos. Portanto o TSE não pode deixar isso sem punição, não precisa nem investigação. Só que a vitória do ministro não é tão certa. O governador Eduardo Braga, que sustenta o ministro, terá que deixar o governo, já foi reeeleito, disputa o Senado.

Assume então o vice-governador, amicíssimo do adversário, Amazonino Mendes, prefeito de Manaus. Surgem então duas versões ou análises para a sucessão. O próprio governador não desmente quando dizem que “tem um acordo com Amazonino, que continuaria prefeito”. Amazonino, que já foi tudo (prefeito, senador, governador, senador, prefeito), esse não quebra o silêncio por nada.

A outra ideia ou versão: Amazonino seria mesmo candidato a governador e com o amigo vice no Poder se fortaleceria. E os dois candidatos procurando o apoio de Artur Virgilio, em alta para a conquista da reeleição ao Senado.

PS – De qualquer maneira, o TSE não pode ficar em silêncio diante da entrevista aberta do ministro. O exemplar (coisa que a entrevista não é) do dia 22 de fevereiro. Logicamente fácil para o TSE obter. Mas, de qualquer maneira, posso ceder o que está em meu Poder.

Não deixem de ler amanhã

Na ação de indenização da Tribuna, retrocesso e retardamento de uma parte da Justiça. Compensação, unanimidade, dignidade, sinceridade, credibilidade, amizade, solidariedade para a eternidade.