quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Diversidade da Amazônia pode ajudar economia e floresta, diz estudo



Novas tecnologias possibilitam novos potenciais usos da biodiversidade.
Aplicações tecnológicas podem ajudar proteção da floresta, e vice-versa.

Do G1, em São Paulo
Bastidores do programa 'Expedição Amazônia' (Foto: Globo Repórter)Biodiversidade amazônica pode ganhar novas aplicações (Foto: Globo Repórter)
O uso econômico da biodiversidade da Amazônia, em diálogo com os avanços da chamada Quarta Revolução Industrial (inteligência artificial, robótica, internet das coisas, genômica, edição genética, nanotecnologias, impressão 3D ) é uma via capaz de mudar o destino a que a maior floresta do planeta parece estar condenada caso sigamos no atual modelo de desenvolvimento da região, diz um estudo publicado nesta segunda (19) no periódico "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS).
O trabalho é liderado pelo pesquisador brasileiro Carlos Nobre, climatologista formado pelo MIT. Os autores defendem que floresta amazônica tem recursos biológicos para impulsionar  a nova revolução industrial se a sua biodiversidade for protegida.
Novas tecnologias digitais como impressão 3D e computação quântica criam o potencial para que as plantas únicas da Amazônia conduzam a avanços importantes na medicina e na engenharia, diz o estudo, segundo a agência Reuters.
“Promovendo os vastos bens da biodiversidade e da biomimética da Amazônia podemos aspirar desenvolver inovações revolucionárias em campos diversos”, afirmou Juan Carlos Castilla-Rubio, um dos autores do estudo e presidente da Space Time Ventures, uma empresa de tecnologia brasileira.
Carlos Nobre será o novo presidente da Capes (Foto: Reprodução/NBR TV)Carlos Nobre  (Foto: Reprodução/NBR TV)
"Por exemplo, uma duradora espuma produzida por uma espécie de sapo tem inspirado a criação de novas tecnologias para capturar dióxido de carbono da atmosfera.”
Plantas amazônicas também poderiam levar a descobertas em relação a antissépticos, cremes contra rugas, remédios ginecológicos e drogas anti-inflamatórias, se elas forem combinadas com novas tecnologias, afirmou o estudo publicado
O desmatamento e as mudanças climáticas estão ameaçando tornar a maior floresta tropical do mundo numa savana seca, destruindo o potencial biológico, declarou o estudo.
Se mais de 40% da floresta for arrancada, o processo resultante de savanização poderia se tornar irreversível, segundo o estudo. Atualmente cerca de 20 por cento da floresta da bacia amazônica foi derrubada.
“Se as coisas continuarem como estão, a Amazônia vai se transformar em savana. Isso tem enormes consequências”, afirmou Castilla-Rubio.
O Brasil reduziu o índice de desmatamento ilegal em quase 80% na última década, de acordo com o estudo, o que mostra que ainda há tempo de impedir que a floresta se torne uma savana.
A proteção dos direitos indígenas à terra, o combate às mudanças climáticas e a concessão dos incentivos corretos para que empresas deixem de extrair os recursos naturais são cruciais para reduzir ainda mais o desmatamento, disse Castilla-Rubio.

Postado por Carlos PAIM

sábado, 17 de setembro de 2016

“É hora de agir para proteger o clima”


Foto: Shutterstock
Secretário-geral fez a declaração para marcar o Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, esta sexta-feira, 16 de setembro; Ban Ki-moon quer avançar no combate aos hidroclorofluorcarbonetos, HFCs.
Por Edgard Júnior, da Rádio ONU –
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que chegou a hora de a comunidade internacional transformar ambição em ação para proteger o clima.
No Dia Internacional para a Preservação da Camada de Ozônio, esta sexta-feira, 16 de setembro, Ban falou sobre “aproveitar o poder do Protocolo de Montreal” para avançar no combate aos hidroclorofluorcarbonetos, HFCs.
Efeito Estufa
Segundo a ONU, essas substâncias são as que mais crescem entre os gases que causam o efeito estufa na atmosfera.
O chefe das Nações Unidas afirmou que o “mundo mudou desde o ano passado”. Agora com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, será possível promover o crescimento equitativo inclusivo e aprofundar o bem-estar da população e do planeta.
Ban explicou que o Acordo de Paris sobre mudança climática marca uma “virada histórica” na jornada em direção a um mundo seguro e sustentável.
O secretário-geral declarou que no mês que vem, em Ruanda, a comunidade internacional terá a oportunidade de alcançar essa meta. Os representantes dos países vão se reunir para chegar a um consenso sobre o fim dos HFCs, de acordo com o Protocolo de Montreal.
Alternativa
Segundo Ban, há alguns anos, os hidroclorofluorcarbonetos eram usados como uma alternativa eficaz aos produtos que estavam causando danos à camada de ozônio.
Desde então, o chefe da ONU alertou que os cientistas descobriram que, apesar de os HFCs terem reduzido a ameaça à camada de ozônio, eles são gases poderosos que causam o aquecimento do planeta.
Com o uso crescente desse material, Ban afirmou que é necessária uma ação imediata, como foi feito para colocar a camada de ozônio no caminho da recuperação.
O fim dos HFCs vai gerar benefícios globais consideráveis. Ban disse que isso vai evitar um aumento de até meio grau centigrado do aquecimento global até o fim desse século.
Além disso, vai impulsionar a implementação do Acordo de Paris e pode contribuir também para melhorar a eficiência energética de algumas alternativas de refrigeração e de tecnologia.
Solução Global
Para o secretário-geral, “um problema global exige uma solução global”. Ele acredita que “qualquer obstáculo pode ser superado”.
Ele citou que alguns países já usaram os dispositivos do Protocolo de Montreal para evitar dois milhões de casos de câncer de pele por ano e salvar milhões do sofrimento causado por cataratas.
Ban deixou claro que ao usar o regime do Protocolo de Montreal para pôr um fim aos HFCs, a comunidade internacional poderá complementar outros esforços para reduzir as emissões de dióxido de carbono e outros gases que causam o efeito estufa.
O chefe da ONU disse que “ao trabalharem juntos, os governos podem construir um mundo mais seguro, saudável e próspero para todas as pessoas e ao mesmo tempo proteger o planeta”. (Rádio ONU/#Envolverde)
* Publicado originalmente no site da Rádio ONU.

Postado por:Carlos PAIM